InstitutoRB chega aos 23 anos visitado por mais de 3,5 milhões de pessoas
Instituto Ricardo Brennand celebra 23 anos de funcionamento com inúmeras ações, ao longo do mês de setembro em pauta: Visita mediada, Concerto musical, atividades educativas, entre outras ações comemorativas para marcar sua consolidação como espaço cultural . O Instituto da Várzea é reconhecido como uma das maiores instituições museais do Brasil e já recebeu mais de 3,5 milhões de visitantes.
Em 2014 e 2015, o TripAdvisor o elegeu como o melhor museu da América do Sul e o 17º do mundo. Em 2017, já havia sido eleito o melhor museu do Brasil pelo prêmio Traveller's Choice Award da plataforma TripAdvisor. Também recebeu Menção Honrosa no Prêmio Darcy Ribeiro (2008, 2009) e no Ibermuseus de Educação (2018).
O Instituto começou a ser construído a partir do Museu das Armas em 1999 e teve sua pinacoteca inaugurada em 12 de setembro de 2022, com a exposição Albert Ekout Volta ao Brasil; 1944-2002 que exibia 24 gigantescas telas do artista, obras pertencentes ao Museu Nacional de Copenhagen (Dinamarca). O espaço expõe um impressionante acervo que já ultrapassa 10 mil peças museológicas, incluindo armas, pinturas, esculturas, mobiliário, tapeçaria , arte sacra. E mais 60 mil itens bibliográficos: documentos e livros raros. Inspirado na Idade Média, o Instituto RB foi construído no estilo Tudor — uma escolha do próprio Ricardo Brennand, seu criador. Portas, painéis, calabouços e altares vieram de castelos europeus e integram a arquitetura do espaço.
“Após o falecimento de DR. Ricardo, o Instituto vem tendo sua gestão por executivos que atuam com foco no desenvolvimento sustentável e no capital humano. Graças a muitos parceiros e empresários que atuam na sua maioria via Leis de Incentivo Fiscal, o museu toca projetos sócio culturais atendendo cerca de 200 mil pessoas por ano, dos quais mais de 50 mil são estudantes da rede pública e privada de Pernambuco e estados vizinhos. É uma referência hoje não só para o Nordeste , mas para o Brasil, no mundo. O espaço nasceu do desejo do empresári e colecionador Ricardo Brennand de compartilhar sua paixão pela arte. Mais do que um lugar para guardar sua coleção, ele idealizou uma instituição museal que colocasse Pernambuco no circuito internacional das artes, destaca Nara Galvão que integra aquela diretoria.
Origem e raridades
Tudo começou quando Ricardo Brennand ganhou do tio "Ricardinho" seu primeiro canivete, aos 12 anos. A paixão por armas brancas cresceu, e ele passou a adquirir peças em leilões pela Europa e Ásia. Esse primeiro canivete ainda está exposto no museu, que hoje abriga uma das maiores coleções privadas de armas do mundo. Entre as obras emblemáticas estão a mais completa coleção de obras de Frans Post, retratando todas as suas fases, com destaque para Fort Frederik Hendrik (1640), uma das poucas telas pintadas por ele em Pernambuco. Na parte do acervo curioso, se destacam as espadas do Rei Faruk do Egito, uma rara pistola alemã de 1590, armaduras completas de cavalo e cavaleiro do século XVI, fuzis de Dom Pedro I e Dom Pedro II, obras de William- Bouguereau e Blaise-Alexandre Desgoffe, além de um exemplar original do Livro de Barléu (1647), editado por Nassau. Na capela N. Senhora das Graças , encanta os visitantes um Cristo em tamanho real por Elias Sultanum, vitrais de Suely Cisneiros, rosáceas de Sérgio Mantur. Outras obras se destacam igualmente no diversificado acervo: A escultura “Mulher a Cavalo” de Botero, a réplica em tamanho real do “David” de Michelangelo, a escultura em bronze “O Pensador” de Rodin, as espadas do Rei Faruk do Egito. E raridades bibliográficas como Rerum per Octennium in Brasiliae e Historia Naturalis Brasiliae, impressas em 1647 e 1648.
Exposições
De início, o Instituto RB idealizou exposições mantendo o diálogo direto com as obras de sua coleção, como "Albert Eckout Volta ao Brasil: 1944-2002", ‘Fiel ao Natural: A paisagem de Facchinetti" e "Eliseu Visconti – A Modernidade Antecipada". Desde de 2020, o Instituto vem ampliando realizações com a arte contemporânea, através de mostras como "Ponto de Não Retorno", com obras de artistas franco-brasileiros, "OSGEMEOS: Nossos Segredos", "Vik Muniz – A Olho Nu" já neste 2025”, lembra Galvão. Ainda expostas mostras de longa duração como “Frans Post e o Brasil Holandês ”, “Coleção de Armas Brancas”, “O Oitocentos Brasileiro”, “Coleção Janete Costa e Acácio Gil Borsoi” e outras. Um dos projetos futuros é a exposição “O Olhar Indígena sobre a Obra de Rugendas”, com co-curadoria e produção do Instituto RB, prevista para novembro de 2025 na Caixa Cultural Brasília. O Instituto também realiza concertos, festivais, simpósios, cursos, oficinas, palestras, formações e eventos diversos. Além dos projetos citados anteriormente, destacam-se o Festival Medieval, anualmente em outubro e o Simpósio Internacional de Coleção e Colecionismo cuja a segunda edição aconteceu neste agosto de 2025.
Arte por todos os lados
Entre os espaços que compõem o Instituto estão: o Museu de Armas - Castelo São João, com espadas, armaduras, pinturas orientalistas e uma grande variedade de arte decorativa do século XIX; a Pinacoteca, uma das estruturas mais modernas do Brasil, que abriga exposições de longa duração como "Frans Post e o Brasil Holandês", "O Oitocentos Brasileiro", “Coleção Janete Costa e Acácio Gil Borsoi” e "O Julgamento de Nicolas Fouquet"; a Galeria, dedicada à arte pernambucana com obras de Francisco Brennand, Tereza Costa Rêgo, José Cláudio, Ismael Caldas, Reynaldo Fonseca e Aloísio Magalhães, também usada para eventos e exposições temporárias; a Biblioteca José Antônio Gonsalves de Mello, especializada em arte, história e arquitetura, com obras raras da história colonial brasileira; os jardins, com esculturas de artistas como Botero, Auguste Rodin e Sônia Ebling; e a Capela Nossa Senhora das Graças, espaço de celebrações e casamentos com vitrais góticos, altar de origem espanhola e esculturas de anjos de Cavani Rosas.
Projetos educativos e culturais
A educação é um dos pilares do Instituto que realiza oficinas infantis, formações para professores e arte-educadores, e projetos como Peça a Peça, Museu Sonoro, CiME (Cinema, Museu e Educação), CiME na Praça e o Encontro Literário. “Há parcerias com escolas, universidades ou instituições culturais?* As parcerias incluem escolas públicas e privadas, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a APEC (Associação Pernambucana de Cegos) e instituições do bairro da Várzea, como escolas da rede pública e lar de idosos, como o Lar Fabiano de Cristo”, explica Nara Galvão.
Tecnologia e acesso para muitos
Com entrada gratuita para estudantes e professores de escola pública, o Instituto RB une educação e patrimônio em experiências significativas. Promove oficinas para crianças com visita mediada e atividades lúdicas, cursos e ações voltadas ao público escolar e comunidades, fortalecendo o acesso à arte desde cedo. A formação de professores e educadores de museus é voltada para profissionais das Ciências Humanas, das redes pública e privada.
O curso de extensão "Formas de Olhar" propõe formar, discutir e ampliar o olhar para o mundo das artes, enquanto o curso "Para Ler" trabalha uma obra, o pensamento de um autor ou uma corrente teórica filosófica. O "Encontro de Arte Educação" é voltado a professores, pesquisadores, estudantes e agentes culturais que atuam na área.
De olho nos tempos atuais, o Instituto vem explorando também tecnologias expográficas contemporâneas. Exposições como Frans Post: o primeiro olhar incorporaram elementos imersivos, proporcionando uma nova camada de interpretação da arte através da tecnologia. Já na mostra recente de Vik Muniz, o uso de telas digitais e recursos audiovisuais ampliou a narrativa curatorial, permitindo uma experiência mais interativa e acessível para o visitante.
Instituto Ricardo Brennand
Visitas, de Terça a Domingo, das 13h às 17h.
Informações:81-21210365-0334






