SANTOS (SP) – A tragédia que vitimou o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, em 13 de agosto de 2014, ganha um novo capítulo judicial exatamente 11 anos depois. Nesta última terça-feira (dia 12 de agosto), o perito Sílvio Venturini Neto foi oficialmente nomeado para conduzir a perícia na ação de produção de provas que apura as circunstâncias do acidente aéreo em Santos, durante a campanha eleitoral.
O processo, que tramita na 4ª Vara Federal de Santos, é movido pela mãe de Campos, Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), e por seu irmão, o advogado e escritor Antônio Campos. A ação já resultou em avanços importantes, como a citação da fabricante norte-americana do avião envolvido na queda.
A União Federal tentou interromper o andamento da perícia, alegando que o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deveria ser definitivo. No entanto, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) negou o recurso, consolidando um precedente jurídico considerado leading case no país para investigações de acidentes aéreos.
No Brasil, a perícia judicial em uma ação de produção de provas possui valor técnico superior aos laudos do Cenipa e da Polícia Federal. Isso abre espaço para que o trabalho de Venturini Neto revele elementos inéditos e até mude a compreensão oficial do acidente.
Os autores já apresentaram seus quesitos técnicos e anexaram um parecer de 80 páginas para embasar a investigação. Antônio Campos reforça que a família busca respostas definitivas:
“Não desistiremos de Eduardo Campos, não aceitamos a versão oficial e estaremos reunindo, na produção de provas, lugar próprio, os elementos e questões técnicas que demonstrarão um acidente provocado, um homicídio disfarçado em acidente aéreo”, declarou. A conclusão do novo laudo poderá redefinir a narrativa de um dos episódios mais marcantes da política brasileira recente.
Redação com informações do Portal Marim dos Caetés
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