Paciente renal sofre constrangimento na clínica Diagmax do Shopping Recife ao tentar fazer exame para se inscrever na fila de transplante de rins

Clinica Diagmax - Unidade Shopping Recife - Foto reprodução 


Na manhã da última quarta-feira (15), um paciente renal de 80 anos de idade passou por um grave constrangimento ao tentar realizar um exame na clínica Diagmax, do Grupo Fleury, localizada no Shopping Recife. O senhor José Humberto Alves, que já havia agendado há dias uma ultrassonografia com Doppler de vasos ilíacos e venoso, enfrentou uma série de transtornos causados pela falta de organização e assistência por parte da equipe da clínica.

O exame em questão é um dos procedimentos exigidos para a inscrição do idoso na fila de transplante renal, essencial para seu tratamento, já que ele é portador de doença renal crônica. Apesar da relevância do exame e da saúde já fragilizada do paciente  que realiza tratamento de hemodiálise 3 vezes por semana, ele teve que enfrentar falhas graves no atendimento.

Ao chegar ao local, após cumprir um jejum de 8 horas necessário para o exame, o idoso foi informado que o sistema do plano de saúde Amil estava fora do ar, impossibilitando a autorização do procedimento. O problema, que poderia ter sido comunicado previamente ao paciente, só foi relatado no momento do atendimento, evidenciando uma falha na comunicação da unidade.

Diante da situação, nenhum funcionário da clínica tomou iniciativa para solucionar o problema, como por exemplo fazer a liberação por telefone ou oferecer orientações adequadas ao paciente. Ao solicitar a presença da coordenadora, a família foi informada de que ela estava almoçando. Após mais de 30 minutos de espera, quando finalmente apareceu, a coordenadora não apresentou nenhuma ação concreta para resolver o impasse.

A situação gerou repercussão até entre outros profissionais de saúde. A médica Viviane Pinheiro, da clínica Uninefron, localizada em Boa Viagem e onde o idoso realiza hemodiálise, ficou estarrecida ao tomar conhecimento do relato sobre a falta de iniciativa e assistência prestadas ao paciente, ressaltando que episódios como este podem ter sérias consequências para a saúde de indivíduos já fragilizados.

O descaso e a falta de sensibilidade agravaram ainda mais o episódio. De acordo com relatos, o idoso, irritado e visivelmente abalado, chegou a gritar que o atendimento era irresponsável, considerando que o problema poderia ter sido evitado caso a clínica tivesse solicitado a autorização do plano de saúde com antecedência ou comunicado previamente sobre a falha no sistema.

A família relata que, mesmo diante da irritação do paciente, nenhuma tentativa foi feita para acalmá-lo ou minimizar a situação. “Foi um verdadeiro absurdo. O tratamento dispensado ao meu pai foi de total descaso. Ele, que é renal e já possui saúde fragilizada, quase sofreu uma parada cardíaca de tanta indignação”, afirmou um familiar.

 Clínica ainda não se desculpou

Até o momento, a clínica Diagmax não entrou em contato com a família do idoso para se desculpar ou emitir alguma nota oficial sobre o ocorrido. O caso levanta questões sobre o preparo das equipes e o compromisso da instituição com o bem-estar de seus pacientes, especialmente os mais vulneráveis, como idosos e pessoas com condições crônicas de saúde.

A família de José Humberto aguarda explicações e providências para evitar que outros pacientes enfrentem situações semelhantes. A Diagmax faz parte do ecossistema do Grupo Fleury, uma das mais respeitadas organizações de medicina e saúde do Brasil, que atua há mais de 96 anos em nosso país.