Novembro Azul: cirurgiã-dentista reforça cuidados com a saúde dos homens
O Novembro Azul, além de alertar para a importância da prevenção e conscientização do câncer de próstata, transformou-se em um movimento em prol da saúde dos homens. O objetivo é informar a população masculina sobre a necessidade de cuidar do corpo como um todo, evitando qualquer tipo de doença.
Dentre esses cuidados que merecem atenção está a saúde bucal. Segundo estudo publicado pela ‘Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo’ em 2021, as mulheres cuidam mais da saúde bucal do que os homens. Além disso, a publicação também mostrou que os homens costumam procurar especialistas apenas quando apresentam sintomas, ou seja, quando já estão em estágio mais avançado.
A cirurgiã-dentista e e coordenadora da Odonto FPS, Candida Guerra, explica que, para a prevenção e manutenção da saúde, os exames odontológicos de rotina devem ser feitos com frequência em todas as fases da vida, independentemente de gênero. “Para os homens que se encontram no grupo de risco, com mais de 40 anos, tabagistas, imunodeprimidos, portadores de próteses mal ajustadas e que possuem dietas ricas em gordura e álcool, a atenção merece ser redobrada”, detalha.
A relação do câncer com a saúde bucal
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata corresponde a 13,5% de todos os cânceres no mundo. No recorte brasileiro, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que 29,2% dos tumores malignos correspondem à doença. Além deste tipo, o câncer de boca também merece atenção pois é mais propenso em homens do que nas mulheres.
Candida reitera que o cuidado com a saúde bucal precisa aumentar com pacientes que estão com algum tipo de câncer, como o de próstata ou bucal, pois alguns tratamentos ampliam a possibilidade de complicações na boca.
Em janeiro deste ano, o portal Archives of Health Investigation publicou a pesquisa “Conhecimento de Paciente em Tratamento Oncológico sobre Saúde Bucal”, que reuniu 100 pacientes oncológicos da região do Vale do Paraíba, em São Paulo, e mostrou que 45% dos pacientes se consultaram com o dentista nos últimos 12 meses; 42% higienizavam a boca somente com escova e pasta; e 51% acreditavam que a quimioterapia não traria consequências para a região bucal.
A cirurgiã-dentista explica que pacientes em quimioterapia, por exemplo, têm chances de contrair infecções ou mucosites (inflamação da parte interna da boca) por conta da diminuição da resposta da imunidade durante esse tipo de tratamento. Além disso, podem apresentar xerostomia (boca seca), infecções fúngicas (como a candidíase oral), mudanças no paladar e dificuldade para engolir.
Para evitar os problemas odontológicos decorrentes da doença, Cândida recomenda que os pacientes tenham acompanhamento com um cirurgião-dentista estomatologista, pois ele vai indicar exames, se necessário, e vai tratar a saúde bucal aliada à medicação do paciente.
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