Dia da Gestante: a importância de ter assistência na hora do parto e o apoio recebido através do Programa Nascer Bem

Recife foi a primeira capital a receber o programa do Hapvida, que atende atualmente cerca de 5.000 gestantes em Pernambuco - Foto divulgação


A Agência Nacional de Saúde (ANS) trabalha há mais de dez anos na promoção do parto natural e na redução de cesarianas na saúde suplementar. De acordo com a agência, quando a cesariana não tem indicação médica, o procedimento pode comprometer a saúde da mulher e do bebê, pois aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe.

Visando aumentar a promoção do parto natural, o Hapvida possui o Programa Nascer Bem. No Recife, primeira capital a receber o projeto, o Nascer Bem atua há mais de três anos e tem como objetivo garantir a assistência segura e de qualidade à mulher durante a gestação, classificar riscos e direcionar a mãe ao parto adequado. Em Pernambuco, o programa atende atualmente cerca de 5.000 gestantes, com adesão semanal de 140 novas pacientes, divididas em 9 núcleos do Programa. "O programa auxilia na desmistificação do ciclo gravídico, na explanação das alterações no corpo da mulher, no entendimento das novas rotinas a serem vivenciadas, além do acompanhamento por especialistas. As mães também participam de dinâmicas, com interação direta com a equipe multidisciplinar e outras gestantes", detalha Richard Caúla, enfermeiro obstetra e coordenador de enfermagem do Programa Nascer Bem em Pernambuco.

Juliana Morais, participante do programa Nascer Bem, teve seu filho Pietro há dois anos. Apesar de conhecer as vantagens do parto normal, ela desenvolveu um medo e decidiu que faria o parto cesáreo. "Ouvi alguns relatos durante a gravidez e passei a pensar apenas na dor do momento, e isso me amedrontou", desabafa Juliana. Mesmo estando com a data da cesariana marcada, Juliana sentiu as contrações antes do previsto, e ao ser atendida, ouviu da sua médica os benefícios que teria com o parto normal, foi quando decidiu mudar de ideia. "Hoje, após o parto, tenho convicção de que o melhor parto é o parto normal, humanizado, ali você se sente mulher, mãe de verdade".

A médica obstetra Adriana Maciel, diretora do Hospital Vasco Lucena, do Hapvida, explica que o parto precisa ser ressignificado. "Precisamos dissociar o parto do sofrimento. O parto normal dói, sim, mas é uma dor que compensa na rápida recuperação, na diminuição dos riscos e no contato imediato com a criança", detalha Adriana. Segundo a enfermeira obstetra Ana Maria Cintra, um parto normal agrega questões psicológicas e hormonais, além de trazer inúmeros os benefícios para mãe e bebê. Entre os benefícios do parto normal que a enfermeira cita, estão uma rápida recuperação; menos dor após o parto; diminuição do tempo de recuperação; e diminuição do risco de infecções, hemorragia e complicações; maior chance de sucesso na amamentação. "No parto normal, os vários hormônios essenciais para a vinculação entre mãe e filho atingem níveis máximos. Eles hormônios são fundamentais para o desenvolvimento dos processos de altruísmo, apego, amamentação e capacidade de relacionamento", finaliza Ana Maria.