Grupo Grial apresenta premiado Terra, nesta quarta (28)
Solo de dança, que faz parte da programação do Palco Giratório, ganhou Prêmio APCA 2013 e cinco categorias do Apacepe. A apresentação é gratuita/Foto Divulgação |
O corpo e o gesto que traduzem a essência do povo e da história brasileiros. Em cena, o contemporâneo e o popular se unem para mostrar o Brasil que se revela em torno de questões da memória, do tempo e das transformações ligados à herança indígena que compõe a genética nacional. É assim Terra, solo da bailarina e coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo, que completa a trilogia Uma história, duas ou três, do Grupo Grial de Dança. O trabalho, estreou em Pernambuco no Janeiro de Grandes Espetáculos, e é encenado gratuitamente nesta quarta (28), às 19h, na Praça do Campo Santo, em frente ao Sesc Santo Amaro, como parte da programação do Festival Palco Giratório.
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Em 45 minutos de apresentação, com passos extraídos das manifestações populares indígenas do Nordeste do País, Maria faz do palco um cenário para reconstrução daquilo que ergue a nossa identidade, dialogando com o nosso presente. Sem ranços, estereótipos ou sem se prender ao piegas, a bailarina se transforma no próprio DNA que constrói o nosso povo. O trabalho foi agraciado com o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), na categoria Intérprete-Criadora, e ganhou cinco troféus do Prêmio Apacepe de Dança 2014, do Festival Janeiro de Grandes Espetáculos, nas categorias Melhor Espetáculo, Trilha Sonora, Figurino, Bailarina e Iluminação.
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Terra fala das explorações, das segregações, dos contatos e das entregas, ao mesmo tempo em que exalta a reafirmação de uma cultura e critica os preconceitos e os olhares do erudito excludente. Como escreveu a crítica de dança Helena Katz, em O Estado de S.Paulo, no espetáculo, "tudo se agrega no diapasão da beleza e com uma coerência que nos leva ao atravessamento dos tempos do que está lá: a tradição deixa de ser o que aconteceu antes para passar a ser o que continua acontecendo". Para Helena, o trabalho de Maria Paula "reencena um contato primeiro do índio com os badulaques do colonizador, explode esses limites apenas aparentes e nos faz pensar que ainda continuamos chegando atrasados ao encontro já marcado por outros tantos artistas com a cultura popular".
O espetáculo tem direção assinada por Maria Paula Costa Rêgo e Erick Valença. A trilha sonora, impecável, foi criada pelo percussionista Naná Vasconcelos, responsável por amarrar o universo abordado, através de efeitos sonoros que resgatam onomatopeias e sons da natureza, em uma releitura fonográfica moderna. Terra recebeu o prêmio ProCultura 2012 da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e participou do Processo da Mostra de Intérpretes Criadores.
Ficha técnica:
Terra. Duração: 45 minutos/ Direção: Maria Paula Costa Rêgo e Eric Valença/ Intérprete: Maria Paula/ Trilha sonora: Naná Vasconcelos/ Figurino: Gustavo Silvestre/ Luz: Luciana Raposo/ Pintura de cenário: Dantas Suassuna.
Serviço
Terra, do Grupo Grial de Dança
Quando: Quarta-feira (28/05)
Horário: 20h
Local: Praça do Campo Santo, em frente ao Sesc Santo Amaro
Acesso gratuito