Ruínas sacras de Jaboatão são mapeadas em projeto do Funcultura
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Foto/ Divulgação |
Um mapeamento arquitetônico possibilitará o conhecimento de rico patrimônio sacro no Berço da Pátria: a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, na Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, que mantém muitas riquezas históricas e religiosas. Assim como muitas edificações seculares, o templo danificado pelo tempo e descaso passa despercebido por moradores, visitantes e pela sociedade pernambucana. “Aqui surgiu o Exército Brasileiro e, pela primeira vez, se designou como brasileiros os habitantes do nosso país, pois até então essa designação era dada aos trabalhadores que extraíam da mata o Pau Brasil. Dono de um passado que orgulha a todos os brasileiros, Jaboatão dos Guararapes caminha para um futuro promissor em desenvolvimento econômico, social e cultural”, diz a produtora Idalice Maria Laurentino Filha, responsável pelo projeto que conta com incentivo do Funcultura e compreende a elaboração de um mapa de danos das ruínas da igreja e de seu entorno.
Tombada pela Fundarpe, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos traz um grande legado do tempo de sua fundação, identificada em documentos históricos já no Século XVIII. Erguida pela Irmandade dos Pretos, apresenta um frontão curvo mediado pelo óculo é característico do Barroco Alemão, mas no estado atual não se percebe a beleza do prédio. “Esta área é muito importante para o município e para o Estado por ser considerada marco de fatos históricos memoráveis que precisam ser valorizados e compõem um rico acervo que precisa ser preservado para ser difundido e divulgado. E a Congregação da Igreja instalada e com forte atuação nesta área da comunidade apoia a iniciativa deste projeto”, destaca Idalice.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos está localizada não só neste município pernambucano devido a sua importância histórica, mas também pela sua representação econômica. Em Jaboatão destaca-se a existência de uma enorme quantidade de igrejas, datadas do Século XVII, XVIII e XIX, que denotam a prosperidade dos donos de engenho nas suas devoções, pois as igrejas eram construídas por graças alcançadas quando da época áurea da cana de açúcar e provenientes da predominância da religião católica na formação da população. Esta antiga igreja foi erguida na extremidade mais baixa do povoado da Muribeca e foi construída em alvenaria de pedra e tijolo, coberta por telhado em duas águas com estrutura em tesoura de madeira.
Com o aporte da arquiteta Marina Russel, o processo resultará ao final do processo que se encerra neste mês de março na elaboração de plantas arquitetônicas da situação atual que possam identificar o layout original da edificação. Desta forma, será possível pleitear intervenções no prédio para que ele integre os equipamentos turísticos do município. “Uma primeira intervenção realizada em sua estrutura aponta para o escoramento do arco e reforço nas paredes, mas, com a má conservação, toda a área e seu entorno sofrem com a ação de desgaste provocada pelas intempéries do tempo como chuvas, sol e ventos”, segundo a arquiteta do projeto, Marina Russel.