O mercado de comunicação se adaptando à nova realidade

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O sistema de estratificação social mudará este ano em virtude do aumento da renda da população e a ascensão da chamada "nova classe média", refletindo, desta forma, neste perfil socioeconômico da sociedade brasileira atual. O novo modelo, muito mais refinado, foi desenvolvido pelos professores Wagner A. Kamakura (Rice University) e José Afonso Mazzon (FEA-USP), cujo conceito foi apresentado em agosto de 2008 no livro “Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil”. “Nos últimos anos, o aumento do número de pessoas com emprego formal, facilidade de acesso ao crédito e os incentivos do governo ao consumo promoveram a mobilidade social de milhões de brasileiros. A chamada ‘nova classe média’ pode, finalmente, ter acesso a bens de serviços até então exclusivos de classes mais abastadas.

É fato que esse fenômeno representou um importante avanço para a sociedade; mas, é importante salientar as mudanças que ocorreram no mercado em decorrência desse novo panorama”, diz o diretor comercial e de marketing da Intervalor, Phelipe Alvarez.

Esta camada da sociedade em particular, que já representa 52% da população brasileira, se tornou ávida consumidora e este consumo reflete na indústria, no comércio e mais especificamente no mercado de comunicação, que precisará se adequar as novas demandas. “Temos uma população que vivia na extrema miséria que com os programas assitencialistas começaram a ter algum poder aquisitivo e passaram a pertencer a um grupo de consumo, eles também impulsionaram a economia quando começaram a consumir e gerar postos de trabalho para produzir este aumento na demanda”, destaca a consultora Larissa Maçães da TNVG - The New Venture Group, uma holding paulista com atuação no Sul e Sudeste. O grupo anda mantendo acertos no Nordeste para desenvolvimento de projetos para o mercado, como cursos de qualificação e coaching de imagem, além de um laboratório de conhecimento (o Keen Lab). 

Para a especialista, os novos imperativos serão o binômio preço e qualidade, mas a comunicação vai ter que ser trabalhada com o foco na solução para a necessidade de consumo seja familiar seja status individual, pois este é o novo parâmetro social. “Eles precisam de se sentir diferentes e especiais, a experiência de compra vai fazer a diferença tem que mexer com o conceito, o produto pelo produto, ou marca pela marca não agrega mais valor para estes consumidores. O patamar é outro, os valores mudaram, a experimentação, a sensação, a emoção vai encantar e fidelizar, não é o que eu ofereço mas como eu ofereço que vai fazer a diferença”, frisa Maçães.