Porto de Galinhas recebe Congresso Mundial de Leishmaniose

Foto: Paula Vasconcelos / Secom Ipojuca



Brasil sedia pela primeira vez o Congresso Mundial de Leishmaniose (WorldLeish 5 - Fifth World Congress on Leishmaniasis) e a praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, foi escolhida para acolher o evento.  Até esta sexta-feira (17), estudiosos de todas as áreas do conhecimento relacionadas às leishmanioses estarão reunidos no Enotel para garantir a integração de áreas como epidemiologia, clínica, biologia celular e molecular, imunologia, diagnóstico, terapêutica, prevenção e controle. 

A solenidade de abertura do evento foi ontem (13) e o vice-prefeito do Ipojuca, Pedro Mendes, representou a prefeitura do Ipojuca. "Estamos hoje num município que tem o sergundo maior PIB (soma de todas as riquezas) do Estado e o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Região Metropolitana do Recife. Apesar disso, Ipojuca é o motor da economia pernambucana, com o Complexo Industrial Portuário de Suape e a praia de Porto de Galinhas. O trabalho que vocês vieram fazer aqui é de suma importância pra nós", explicou Mendes. 

Segundo dados levantados pela secretaria municipal de Saúde, entre os anos de 2007 e 2012 foram registrados 44 casos humanos de leishmaniose tegumentar americana (LTA). Um dado importante é que, no município, o ciclo da doença acontece principalmente por transmissão a partir de raposas e não de cães, como é comum na maioria dos lugares. Como forma de enfrentar a situação, a prefeitura do Ipojuca garante os exames para situações suspeitas. O tratamento também é gratuito. A equipe de saúde realiza o controle de vetores transmissores da doença e faz a educação continuada dos agentes comunitários de saúde, vigilâncias ambiental e epidemiológica para fortalecer a estratégia de realizar o diagnóstico precoce e tratamento adequado.

De acordo com o presidente da Comissão Organizadora do WorldLeish 5, Sinval Pinto Brandão Filho, essa é a primeira vez que esse Congresso vai ocorrer em um país que não está na Europa nem na Ásia, os continentes que sediaram as quatro edições anteriores do evento. "O WorldLeish 5 terá uma importância enorme para o Brasil pelo fato de termos uma liderança bastante preponderante em grupos de pesquisas em Leishmaniose, ou seja, o Brasil é o País do mundo que tem mais pesquisadores que estudam esta importante doença tropical negligenciada, que incidem em praticamente em todas as regiões de pais", aponta.

A DOENÇA - A Leishmaniose cutânea, mucocutânea e visceral são doenças graves e difundidas em 88 países, colocando em risco cerca de 350 milhões de pessoas no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima uma incidência anual de dois milhões e um total de 12 milhões de casos atuais. Nas Américas, além do Brasil, a doença tem uma incidência expressiva em países como Colômbia, Venezuela, Uruguai, Paraguai e Argentina.