Imagens raras do Recife em exposição no Instituto Ricardo Brennand


Ponte Buarque de Macedo - foto Divulgação 

O Instituto Ricardo Brennand promove mais uma mostra especial, desta vez com o foco nos 476 anos da capital pernambucana: Velhas Imagens do Recife (1645-1920), com curadoria de Leonardo Dantas, que será aberta ao público para visitação a partir da próxima terça (12), sempre das 13h às 17h, na Galeria do Instituto Ricardo Brennand. A mostra, sob curadoria do pesquisador e diretor de pesquisa do complexo cultural da Várzea, Leonardo Dantas, traz um amplo acervo próprio de imagens, gravuras, fotos e postais que compõem um importantíssimo registro do desenvolvimento da cidade. 

São 240 peças do período de 1645 a 1920 entre as quais estão uma gravura de 360° da cidade do alemão Frederick Hagedorn de 1855, uma aquarela original do Recife de 1827 de tela R. Smith e gravuras raras do pintor alemão Emil Bauch, que representam a segunda coleção particular completa deste artista. “O público terá acesso a uma parte inédita da coleção do instituto. 90% das imagens que estarão em exposição nunca foram exibidas antes. Desta forma, os visitantes poderão observar com seus olhos como a cidade evoluiu ao longo de três séculos”, destaca o historiador Leonardo Dantas, diretor de pesquisas e curador da exposição. 

Uma das mais impactantes imagens do Recife talvez seja a imagem feita pelo alemão Frederick Hagedorn (1814–1899), cujo retrato exibido em “Velhas Imagens do Recife” leva assinatura do renomado fotógrafo Helder Ferrer. Trata-se de um panorama da torre da igreja do Espírito Santo, em 1855, que representa um dos mais belos e detalhados painéis circulares, dividido em três estampas (350 x 827 mm) que aqui aparecem unidas. 

Desenho de R. Schmidt, executado entre 1826–1832, é outro grande destaque da exposição. Com 170 por 1. 020 mm, ele retrata a Rua do Amorim (Bairro do Recife), tomado provavelmente do mirante da casa dos comerciantes ingleses Crabtree Heyworth & Cia. A imagem em exposição foi editado pelo litógrafo e gravador suíço Johan Jacob Steinmann, que chegou ao Rio de Janeiro em 1825, e gravada pelo também ilustrador e editor Frederico Salathé, na Basiléia (Suíça).

Mas, uma das maiores preciosidades são as coletâneas que mostram vistas diferenciadas do Recife e de seus arredores em litografias (técnica de gravura bastante comum na época), cromolitografias (método da litografia através da qual os desenhos são impressos em cores) e postais. Deste conjunto, ressaltamos uma série de 33 litografias publicadas, entre 1863 e 1865, do artista suíço Luís Schlappriz, que retratou a cidade entre os anos de 1858 e 1865; 58 cromolitografias do Álbum de Pernambuco e seus arrabaldes, editadas pelo litógrafo Henrique Carls, a partir de 1878, e litografado pelo alemão Luís Adam Cornell Krauss (1850 – 1877); e um vasto material de postais, popularizados a partir de 1880, que integram hoje o acervo de 1.192 cartões do Instituto está reunido na mostra, e que são expostos ao grande público, a grande maioria, pela primeira vez.

“Velhas imagens do Recife”, que será exposta na galeria do complexo cultural, na Várzea, integra ainda retratos trabalhos em fotografia de importantes nomes em Pernambuco, entre os quais o primeiro fotógrafo profissional, estabelecido no Recife, o norte-americano José Evans (1843). E outra grande curiosidade para os visitantes são as imagens clássicas do Recife, produzidos pelo fotógrafo pernambucano Fred Jordão, com mais de 20 anos de carreira, feitas a partir de referências históricas de peças do acervo do Instituto, como Franz Post e Marc Ferrer. “As fotos de Fred Jordão atualizam as imagens que serão apresentadas aos visitantes, contextualizando essas paisagens. E, desta forma, será possível apreender as mudanças e as permanências da cidade”, ressalta Leonardo. A exposição, que homenageia o Recife, poderá ser conferida até o dia 11 de abril, de terça a domingo, das 13h às 17h.


SERVIÇO
Local: Instituto Ricardo Brennand – Alameda Antonio Brennand, s/n – Várzea – Recife (PE)
Abertura: 12 de março (para convidados), às 19h
Visitação: de 19 de março a 11 de abril de 2013
Horário: de terça-feira a domingo, das 13h às 17h
Ingresso: R$ 15 (inteira) / R$ 5,00 (Estudantes, Professores e Idosos acima de 60 anos com documentação comprobatória). Crianças até 7 anos acompanhadas e escolas públicas agendadas têm entrada gratuita.
Telefone: (81) 2121-0352/0365