O projeto de poder dos petistas

Foto/ Gleyson Ramos

 

O cientista político Antonio Lavareda (MCI), em entrevista para o portal Brasil Econômico, na matéria Oposição se enfraquece em meio a disputas internas, diz que o sucesso eleitoral colabora para o projeto de poder dos petistas.

A matéria trata das disputas internas do DEM e PSDB, com Gilberto Kassab e Rodrigo Maia competindo dentro do partido, José Serra e Aécio em clima de guerra fria pelo comando do PSDB e pelo papel de líder da oposição na gestão Dilma Rousseff.

Segundo Lavareda, o fato de ter bancada expressiva "ajuda a canalizar recursos para os estados que o partido administra, mas não tem resultado automático na qualidade da gestão". E alerta: cada episódio eleitoral é menos influenciado pelo número de cadeiras que pelo humor da opinião pública em relação ao governo do momento. "Os benefícios do PT nas próximas vão depender da avaliação de seus governos, em nível federal, estadual e municipal", acrescenta.

Abaixo, a matéria Oposição se enfraquece em meio a disputas internas:

Depois de oito anos alijados do poder e tendo pela frente mais quatro anos na oposição, os dois maiores adversários da gestão Dilma Rousseff, o DEM e o PSDB, enfrentam turbulências internas. No DEM, que saiu menor das eleições do ano passado, duas alas travam uma disputa pesada pelo comando do partido.

À frente de cada uma delas estão o deputado federal Rodrigo Maia (RJ) e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Se for derrotado na convenção da legenda no segundo semestre, Kassab deve deixar o partido e abrigar-se no PMDB. Na semana passada, a escolha de Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) como líder do Democratas na Câmara expôs a fissura e enfraqueceu Kassab.

"O DEM tem que reunir os cacos e se transformar num partido de oposição. Sempre que brigamos o resultado é péssimo. O processo de escolha do líder da Câmara tem vitoriosos e derrotados. Isso não pode acontecer. Cria-se uma animosidade", diz o líder da sigla no Senado, Demóstenes Torres (GO).

O ápice da disputa foi a revelação de uma ata interna que foi adulterada por Rodrigo Maia para tirar poder de Kassab nas decisões internas. Entre os tucanos, o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador José Serra (SP) estão em clima de guerra fria pelo comando do partido e pela prerrogativa de disputar a Presidência em 2014.

"Os partidos derrotados nunca saem flanando das eleições. Permanecer 12 anos na oposição enfraquece as legendas. O drama do Brasil é ter um presidencialismo que tende a sufocar a oposição pelo adesismo", afirma o deputado federal Roberto Freire, presidente nacional do PPS, que compõe a base de oposição a Dilma Rousseff. Para Freire, não existe líder natural na oposição. "Isso vale para Serra e Aécio."

O deputado foi um dos mentores da ideia de fundir o seu PPS com o PSDB, que acabou não prosperando. Ele é duro ao se referir ao partido do governo: "O PT se transformou em uma fraude". Para o cientista político Antonio Lavareda, o sucesso eleitoral colabora para o projeto de poder dos petistas.

"O fato de ter bancada expressiva ajuda a canalizar recursos para os estados que o partido administra, mas não tem resultado automático na qualidade da gestão", afirma Lavareda. "Cada episódio eleitoral é menos influenciado pelo número de cadeiras que pelo humor da opinião pública em relação ao governo do momento. Os benefícios do PT nas próximas eleições vão depender da avaliação de seus governos, em nível federal, estadual e municipal."

Alternativas

Aécio Neves está em vantagem na disputa interna do PSDB. Eleito senador com folga em 2010, ele também elegeu seu sucessor em Minas Gerais. Com visibilidade garantida e contando com o comando incontestável do PSDB em seu estado, ele trabalha para construir maioria na máquina partidária e isolar Serra.

O ex-governador paulista deixou uma reeleição garantida em São Paulo e jogou todas suas fichas na disputa pelo Palácio do Planalto. Uma vez derrotado, ficou sem opções políticas para curto e médio prazos. Presidir o PSDB seria, portanto, a única forma de se manter com poder de fogo no cenário político. Para piorar, ele não é consenso nem mesmo em seu estado natal.

 

Da Assessoria de Imprensa/ SL Comunicação & Marketing