Armando propõe agenda pró-investimento

Armando Monteiro/Foto: Miguel Ângelo/CNI

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, propôs nesta terça-feira (15/9), na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), a transformação do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC) em Comitê de Competitividade da Economia, para promover a desoneração dos investimentos e das exportações.
Monteiro Neto reconheceu que o pior da crise econômica já passou, mas que é fundamental retomar uma agenda de mudanças estruturais na economia, que classificou como “agenda pró-investimento”. Alinhou, entre as medidas da nova agenda, além da eliminação da tributação nos investimentos e nas exportações, o fim do acúmulo do crédito das exportações, custos menores da folha de pagamentos e menos burocracia.

O presidente da CNI foi o primeiro integrante do Conselho a se pronunciar na reunião, no Palácio Itamaraty, convocada para avaliar um ano do início da crise financeiro-econômica internacional. Participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

“Não nos iludamos: superamos o pior momento da crise, mas o Brasil tem um imenso desafio, que é de retomar uma agenda que abandonamos, em grande medida pela exuberância do comércio internacional. Vamos enfrentar tempos diferentes. É irrealista imaginar que o comércio internacional possa voltar a crescer a taxa de dois dígitos”, declarou.

Segundo Monteiro Neto, a queda nas exportações brasileiras de manufaturados, que atinge 30%, não é causada somente pela retração da demanda provocada pela crise internacional, mas também pela perda de competitividade. “Temos de buscar a redução de um conjunto de ineficiências, que representam enorme desvantagem para o país, como o custo do capital, a burocracia e a tributação excessiva, os créditos tributários acumulados”, sublinhou.

O presidente da CNI elogiou a atuação do governo na crise, com medidas que considerou “tempestivas e pragmáticas”. Atribuiu grande parte do sucesso delas ao diálogo permanente com o setor privado, especialmente no âmbito do GAC, que reunia periodicamente dirigentes empresariais com o ministro da Fazenda para analisar os efeitos da crise e as alternativas para superá-la. Transformar o GAC num comitê da competitividade, ampliando o número de empresários participantes, foi justamente o que Monteiro Neto propôs no CDES.

Em entrevista à imprensa, após a reunião do CDES, revelou que, dependendo do setor e da taxa de juros, investir no Brasil custa de 12 a 15% mais do que investir em países como o Chile. “Tributar investimentos é absolutamente irracional”, sentenciou o presidente da CNI.

Da Assessoria de Comunicação/Armando Monteiro Neto(81) 3421.2565.