João Paulo pode migrar para o PMDB em busca de apoio para as eleições do próximo ano
Por Paulo Marinho
Do Blog da Folha
As constantes investidas do ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), em busca de um espaço na chapa majoritária e a rejeição do grupo adversário interno - liderado pelo secretário estadual das Cidades, Humberto Costa - pode de fato causar a cizânia entre as duas lideranças petistas de maior expressão local. O Partido dos Trabalhadores está ficando pequeno demais para João Paulo e Humberto Costa. E, nesse caso, sempre é cogitado o afastamento do ex-prefeito. Dentre os caminhos viáveis para ele, estaria a aliança com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Os dois mantêm um ótimo relacionamento, o que causa um grande mal-estar e desconfianças em alguns membros do PT.
Do Blog da Folha
As constantes investidas do ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), em busca de um espaço na chapa majoritária e a rejeição do grupo adversário interno - liderado pelo secretário estadual das Cidades, Humberto Costa - pode de fato causar a cizânia entre as duas lideranças petistas de maior expressão local. O Partido dos Trabalhadores está ficando pequeno demais para João Paulo e Humberto Costa. E, nesse caso, sempre é cogitado o afastamento do ex-prefeito. Dentre os caminhos viáveis para ele, estaria a aliança com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Os dois mantêm um ótimo relacionamento, o que causa um grande mal-estar e desconfianças em alguns membros do PT.
Não faltam episódios para evidenciar a celeuma e um possível rompimento entre João Paulo e Humberto Costa. Há aproximadamente duas semanas, o ex-prefeito chegou a dizer que os correligionários insatisfeitos com as declarações e posicionamento dele sobre as eleições de 2010 poderiam pedir a sua expulsão dos quadros da legenda. Na ocasião, lembrou que o presidente Lula (PT) manifestou o interesse de vê-lo pleiteando o Senado Federal. O inconformismo na ala de Humberto foi tão grande que a partir daí começou com mais intensidade uma movimentação nos bastidores em busca da vice-governadoria para as próximas eleições.
Os petistas da Construindo um Novo Brasil - que integram a facção do secretário das Cidades - estariam mais aptos para ocupar a vice do governador Eduardo Campos (PSB). Hoje, o socialista tem uma maior proximidade com Humberto Costa. Com isso, João Paulo seria automaticamente descartado da chapa majoritária. A articulação que se desenhava à revelia do ex-gestor insuflou os ânimos e fez com que ele viesse aos jornais avisar que estava retirando seu nome da disputa pela candidatura de senador. Até o PSB do governador se envolveu na história e fez críticas ao processo de aceleração do pleito pelo PT.
Em razão das consequências nada positivas, Humberto Costa enviou nota à Imprensa afirmando que nunca autorizou nenhum aliado a antecipar o debate sobre 2010. E lançou mais alfinetadas em direção ao ex-prefeito, quando insinuou que era pior a precipitação feita por quem já se lançava como opção para o Senado. O que acontece é uma briga fratricida pela hegemonia do PT em Pernambuco. Ocorrerá o Processo de Eleição Direta (PED) petista em novembro deste ano e nenhum dos dois lados quer entrar fraco no confronto. João Paulo, que já é minoria no Estado, pode ser limado de vez se levar outro revés nessa contenda.
Uma coisa é certa. O ex-prefeito do Recife teria para onde ir. No PMDB, ninguém recusaria o seu ingresso, a começar pelo senador Jarbas Vascon-celos. E outro ponto favorável seria o de que João Paulo já não tem mais mandato - pode migrar de sigla sem riscos de cassação. Teria o direito de entrar na eleição com apoio integral para a vaga que julgasse à sua altura, haja vista que Jarbas não demonstra ambição pelo Governo e que o deputado federal Raul Henry saiu de uma derrota na majoritária de 2008 e opta por se preservar de um confronto maior em 2010.
Para ser candidato, Jarbas rompeu com Arraes
A história da política em Pernambuco mostra um caso muito próximo ao que vive nos dias atuais o ex-prefeito João Paulo. Não é segredo para ninguém que o petista tem uma ambição de chegar ao Palácio do Campo das Princesas. Para concretizar esse sonho, João Paulo precisa de maioria absoluta e apoio total na legenda, coisa que não se afigura tão factível. Desfazer os laços petistas poderia ser a maneira de chegar ao Governo. Em 1985, Jarbas Vasconcelos entrava no PSB para disputar a Prefeitura do Recife contra o candidato do PMDB, Sérgio Murilo, apoiado pelo PFL (hoje, DEM).
Os petistas da Construindo um Novo Brasil - que integram a facção do secretário das Cidades - estariam mais aptos para ocupar a vice do governador Eduardo Campos (PSB). Hoje, o socialista tem uma maior proximidade com Humberto Costa. Com isso, João Paulo seria automaticamente descartado da chapa majoritária. A articulação que se desenhava à revelia do ex-gestor insuflou os ânimos e fez com que ele viesse aos jornais avisar que estava retirando seu nome da disputa pela candidatura de senador. Até o PSB do governador se envolveu na história e fez críticas ao processo de aceleração do pleito pelo PT.
Em razão das consequências nada positivas, Humberto Costa enviou nota à Imprensa afirmando que nunca autorizou nenhum aliado a antecipar o debate sobre 2010. E lançou mais alfinetadas em direção ao ex-prefeito, quando insinuou que era pior a precipitação feita por quem já se lançava como opção para o Senado. O que acontece é uma briga fratricida pela hegemonia do PT em Pernambuco. Ocorrerá o Processo de Eleição Direta (PED) petista em novembro deste ano e nenhum dos dois lados quer entrar fraco no confronto. João Paulo, que já é minoria no Estado, pode ser limado de vez se levar outro revés nessa contenda.
Uma coisa é certa. O ex-prefeito do Recife teria para onde ir. No PMDB, ninguém recusaria o seu ingresso, a começar pelo senador Jarbas Vascon-celos. E outro ponto favorável seria o de que João Paulo já não tem mais mandato - pode migrar de sigla sem riscos de cassação. Teria o direito de entrar na eleição com apoio integral para a vaga que julgasse à sua altura, haja vista que Jarbas não demonstra ambição pelo Governo e que o deputado federal Raul Henry saiu de uma derrota na majoritária de 2008 e opta por se preservar de um confronto maior em 2010.
Para ser candidato, Jarbas rompeu com Arraes
A história da política em Pernambuco mostra um caso muito próximo ao que vive nos dias atuais o ex-prefeito João Paulo. Não é segredo para ninguém que o petista tem uma ambição de chegar ao Palácio do Campo das Princesas. Para concretizar esse sonho, João Paulo precisa de maioria absoluta e apoio total na legenda, coisa que não se afigura tão factível. Desfazer os laços petistas poderia ser a maneira de chegar ao Governo. Em 1985, Jarbas Vasconcelos entrava no PSB para disputar a Prefeitura do Recife contra o candidato do PMDB, Sérgio Murilo, apoiado pelo PFL (hoje, DEM).
Com o reforço do ex-governador Miguel Arraes (PMDB), Jarbas conseguiu ganhar aquela eleição. Porém, estando no Partido Socialista Brasileiro, parecia algo impossível pleitear o Governo, coisa que o então prefeito tinha como objetivo maior. As dificuldades eram óbvias. Já não mais filiado ao PMDB, Arraes surgia como liderança inconteste no PSB. Portanto, tornava-se um óbice a construção de uma candidatura ao Governo pelo PSB que não fosse a de Arraes. Jarbas sentia isso e voltou ao PMDB.
Em 1992, a ruptura nas relações entre Jarbas e Miguel Arraes estava consolidada. Livre das amarras do PSB local, Jarbas Vasconcelos selou uma aliança com todo o palanque pefelista, o que assegurou sua vitória em 1998 contra o então governador Arraes e a ascensão ao Palácio das Princesas.
Reportagem publicada na Folha de Pernambuco em 17.05.2009